Play it once
"Por favor, garçom, um trem para Casablanca" pois lá dividiremos um vagaroso bonjour vespertino, com hálito de esperança marroquina. Ou desespero. Cobriremo-nos com o chão seco e deixaremos o calor passar à medida que nos polvilhamos com saudade. Um pouco mais, pozinho.
La vie est une imagination. Non nous ne réveillons pas, nous rêvons. Somos grãos no salão cheio. Somos vazios, vícios, bon-vivants fugidos da guerra. Toque uma vez. Somos descarnados, sans sang mais avec poésie.
A vida oferece entrada franca para românticos em retiro circunlunar. Será que essas coisas fundamentais existem também sem gravidade? Um suspiro é só um suspiro, afinal. Geofísica.
E que venha a chuva para saciar, incorruptamente fria. E que bata o silêncio duro. A noite no deserto é gélida, uma tese que o calor também adormece. "Por favor, garçom, outro copo, mas sem gelo agora".
No mundo onde não houvesse memória, o esquecimento não seria sequer nascido, muito menos haveria projeto de amanhã. Passarinho acordaria livre a cada despertar. Here is looking at you, kid.
1 comment:
Dia após dia, e está tudo bem. Dia após dia várias vezes, e uma noite não está tudo bem. Os filmes acabam sempre antes do nosso fim, e por isso eles são perfeitos, mas nós não.
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