Friday, April 27, 2007

Bippity-bippity-doo-wop


Em curta temporada em Seattle, o cantor e também maestro Bobby Mcferrin rege a orquestra da cidade em três noites marcadas por simpatia e frescor criativo. O músico surge como um embaixador do clássico e do jazz, no balanço entre técnica, leveza musical e improviso. Mcferrin já tocou com Yo-Yo Ma, Chick Corea e Herbie Hancock. Atualmente, participa de vários programas de educação musical infantil.
Ele abriu a noite com a Sinfonia no. 1 de Profokiev. Seus braços dançavam com a música. Energia e vivacidade. No final do primeiro movimento, todos aplaudiram. Mcferrin olhou para trás, com riso no rosto e disse: "calma, vocês ainda precisam escutar as outras três!".
No segundo bloco, apresentou "Le Tombeau de Couperin" de Ravel.
Chegava o momento das improvisações vocais de Mcferrin. O músico explorou temas clássicos, outros de televisão, alguns musicais da Broadway e Disney, além de músicas populares. Fez o público cantar Ave Maria enquanto improvisava Bach. Música está em tudo.
Fechou a noite com a Sinfonia no. 8 de Beethoven.

Profokiev Sinfonia no. 1
"Allegro con Brio"
"Larghetto"
"Gavotte: Non Troppo Allegro"
"Finale: Molto Vivace"

Ravel - Le Tombeau de Couperin
"Prelude"
"Forlane"
"Menuet"
"Rigadon"

McFerrin
IMPROVISAÇÃO

Beethonven Sinfonia no. 8
"Allegro Vivace con Brio"
"Allegretto Scherzando"
"Tempo di Menuetto"
"Allegro Vivace"

9 comments:

Lucia Freitas said...

Delícia os novos posts. ai, ai, ai... fiquei com vontade.

Anonymous said...

engraçada a referência que vc fez quando falou sobre "música", como se música fosse a própria essência transitiva, suave e subjetiva da improvisação.

algo completamente averso ao que música clássica sugere...
música clássica me lembra poesia com rima, métrica e escola literária, tudo embutida numa obra só. me lembra os 10% de inspiração e os 90% de transpiração. lembra que o poeta "trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua". mas não deixa de ter um lirismo único.

por outro lado, é realmente estarrecedor se dar conta do que uma banda de jazz faz, ao improvisar. meu amigo é músico e tenta me explicar, tecnicamente, mais ou menos como acontece, mas eu só entendo do "feeling" que existe, e isso já me basta para parecer mágico. isso é música, pra mim, em essência.

agora, jazz e clássica: inacreditável. =)

deve ser uma experiência única, realmente.

a propósito, Ravel é muito bom!

Patrícia Kalil said...

Hey, K, é isso mesmo: 90/10.

Você conhece a Jazz Sinfônica de SP? Tem muita gente que reclama, diz que os músicos macaqueiam no palco etc. Eu acho que eles aproveitam a leveza do jazz para tirar a sisudez do clássico. Meio a proposta do Bobby Mcferrin aqui.

Agora, a sinfônica é linda. É outro papo. É gostoso para ver a música correr no ar, de instrumento para instrumento, sob a batuta mágica do regente, que sabe de tudo e de todos. É gostoso, impressionante, outra experiência.

Jazz é leve e livre. Clássico é delicado e lindo. Gosto dos dois e até quando eles se misturam. Sem medo de ser feliz.

Anonymous said...

Não conheço o trabalho da Jazz Sinfônica, infelizmente. Quem sabe quando estiver morando por lá (e é bem provável que sim) eu possa ver. Valeu pela dica! :)

Anonymous said...

Em tempo: sua continuação para a crônica A TORTURA lá no Haja Saco foi absurdamente boa. Fiquei de boca aberta. Muito bom. Beijos, Patricia.

Patrícia Kalil said...

heheh - seu osvaldo foi divertido! obrigada, fabinho! :) cade sua coluna desta semana?

Anonymous said...

Puxa, esse é um cara que eu preciso ver ao vivo um dia! Tenho o álbum dele com o Chick Corea regendo Mozart, em especial, o concerto #23 para piano e orquestra, que é espetacular.

Que bom que vocês têm a oportunidade de vê-lo por aí...

Beijo.

Anonymous said...

ei, sumida!

Anonymous said...

Não, não é nada saudável ficarmos 19 dias sem "reviravoltas"....volta, vai?