Newman's Own
Se Paul Newman é conhecido por seus papéis em clássicos de Hollywood, ele é superstar por sua linha de produtos “socialmente responsáveis”. Desde 1982, o ator descobriu que sua imagem vendia qualquer coisa. Não há nada de novo nessa estratégia, Xuxa e Angélica têm bonecas, George Foreman tem churrasqueira, Cicarelli e Ronaldo têm casamento fajuto e por aí vai. Dúzias de celebridades fazem dinheiro com produtos, mas Paul Newman merece destaque. Ele descobriu o poder do marketing social há mais de 20 anos.
Quando o consumidor compra um produto Newman, todo o lucro é revertido para causas sociais. Assim, usar Newman é uma prova de cidadania, oh! “Newmans Own” começou com molho de saladas. Depois, com o sucesso da campanha social, a empresa passou a vender produtos como molhos de tomate para macarrão e pipoca de microondas. Em toda a história da empresa, cerca de 150 milhões de dólares já foram doados. Bem, não sabemos qual o faturamento total da “Newmans Own”, quais seus custos de produção e se os 150 milhões representam realmente 100% do lucro da empresa (é fácil diminuir o ganho auferido, aumentando os salários dos funcionários e da presidência, não?).
Do outro lado
Com o sucesso da marca, a filha do ator, Nell Newman, provou-se astuta. Em 1993, lançou uma empresa associada à do pai, a “Newman’s Own Organics”. Em 2001, à socapa, desvinculou-se. Nell visava o lucro e não há nada de errado nisso. O fato é: se a “Newman’s Own Organics” não compartilha dos objetivos sociais da “Newmans Own”, por que Nell usa dos dados da marca do pai em sua publicidade? Sim, além de não explicitar a separação, Nell usa fotos ao lado do pai, cifras da “Newmans Own” – exemplo: “o grupo Newman doou 150 mi” – etc. Nell fomenta suas vendas às custas do reconhecimento da empresa filantrópica de Paul.
Atualmente a “Newman’s Own Organics” tem mais de 72 artigos. De bolachas a velas, de rações de cachorro a sopas, tudo é orgânico. No momento em que a demanda por orgânicos é crescente mundialmente, Nell ganha espaço nas prateleiras dos supermercados. Ora, para quem já é a favor do orgânico, nem precisa se preocupar com o social. Papai faz.
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