Sunday, May 19, 2002


Centre Pompidou - pátio
cauchemar

O homem sofre...

grite a imensidão do tempo;
torna-te surdo, solto, sem sentidos;
águas que cercam o medo do covarde;
palavras sem canto para desembocar.

O homem passa...

leio mil letras no seu riso tolo;
finjo cegueira para embair o falso;
calo a voz, simulo cansaço;
busco no leito alguém para amar.

O homem olha...

entendo dia, esquecendo a noite;
‘toca-me quente, sem mais respirar’;
manhã seguinte, perdeu-se passado;
já era hora de não esperar.

O homem parte...

finjo ritmo, nessa estrada torta;
combustão para me queimar;
piso em falso a cada brincadeira;
busco em todos o que não posso dar

O homem brinca...

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